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Wednesday, March 31, 2004

-Estava habituada ás reuniões de Francisco pois sabia que ele investia na sua carreira mais do que eu tinha investido na minha. Depois do nascimento dos meus dois filhos tinha optado por me dedicar á pintura e á escrita ,deixando assim o trabalho de psicologia para um colega mais competente que eu. Eu sabia da turbulencia que vivia quando tentava aprofundar questões que não me davam as respostas que eu queria e desistir parecia ter sido a decisão mais adaptada ao papel de esposa e mãe.
A vida dos meus filhos tinha-se tornado mais importante do que o meu egocentrismo desmedido e eu sabia que a psicologia era uma tentativa para perceber os meus eus.
- Em que pensas? Pergunta Eduardo aparecendo de repente e observando um abstracto pendurado ao canto da sala.
- Nos disparates que disseste ontem á noite. Respondi secamente
- Não são disparates Sara . Queres ouvir-me?
- Se vais tentar subornar a imagem do meu marido não te quero ouvir!
- Eu apenas te digo que ele não é como o pintas e tenho provas disso.
- Explica-te !
- Não achas estranho ele ter permitido que eu me instalasse em vossa casa como se fôssemos grandes amigos?
- Acho... Respondi
- Não tens reparado na nossa troca de olhares?
- Pareçem ter alguma cumplicidade sim mas vai directo ao assunto!
- Pois bem, embora me custe dizer isto o teu querido marido está farto de ti e não sabe como te por a andar!
- O quê??? Estás completamente doido !!! Tens noção do que estás a dizer? Essa afirmação é muito grave e não acredito em nenhuma palavra tua . Quero que saias de minha casa ainda hoje!
- Calma Sara...tenho provas de que o que te digo é verdade!
- Provas? A unica prova que me deste até agora é que não passas de um louco capaz sabe-se lá de quê . Não tens o direito de estragar a minha vida e a dos meus filhos.
- Sara...não me interrompas e deixa-me falar por favor.
Sabes que antes de me dedicar ao cinema segui as passadas do meu pai...
- Foste bofia? interrompi ironicamente
- Digamos que fiz uns "trabalhinhos" para a justiça. Mas deixa-me continuar e não sejas cinica. Se estou aqui em tua casa tambem é por uma causa justa e ao contrario do que possas pensar não quero estragar a tua vida mas sim salva-la pois corres perigo.
O semblante de Eduardo , pela primeira vez tinha-se tornado serio
e eu sentia-me assustada com aquela conversa.

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